Vimos os shows de Magic Slim, um bluesman norte-americano com relativa fama, eu diria, e o outro, muito mais famoso a se apresentar foi: Ike Turner, polêmico guitarrista, bandleader e cantor, que notabilizou-se pela dupla que manteve com a ex-esposa, Tina Turner, nos anos sessenta & setenta.
Independente desse clima um tanto quanto hostil, eu apreciei o show e a minha "tropa", que naquela noite somou mais de trinta e cinco pessoas, seguramente, também. Foi o último ato de 1998, para fechá-lo bem, eu diria.
Quando 1999 iniciou-se, eu ainda tinha três ou quatro alunos, mas já estava bastante propenso a não prosseguir mais com essa atividade. Essa dinâmica de não renovação no quadro, vinha em progressão desde o segundo semestre de 1996, e esteve mais do que claro que tornara-se irreversível, mesmo que eu quisesse continuar e lutasse por isso, com vigor.
Mas apesar de todo o meu entusiasmo pelo desenvolvimento positivo do Sidharta, a seguir, foi ainda muito nebuloso na prática, tal futuro promissor para a banda.
Ensaio da Patrulha do Espaço, em 1999
Foi só em meados de março, que o Sidharta deu uma reviravolta total e metamorfoseou-se como a Patrulha do Espaço, revivida. A partir de abril, quando a Patrulha do Espaço esteve oficialmente a trabalhar e assim gerar expectativas para entrar rapidamente na estrada e para valer, que eu anunciei aos poucos alunos que ainda mantinha em meu quadro, a minha decisão para encerrar a minha atividade como professor, definitivamente.
A minha última aula, ocorreu em abril de 1999, e o meu último aluno a deixar a sala de aulas, foi José Eduardo Niglio, também conhecido como "Zé Louco" pelos outros alunos, e que mantém laços de amizade comigo e principalmente com o pessoal do "Tomada", até hoje, ao ter até participado de vídeoclipes e ao trabalhar como Web Designer dessa banda, de meu aluno Marcelo Bueno.
Não senti o baque emocional por ter encerrado tal fase de minha vida, por que estava a mergulhar novamente na música como eu sempre quis fazer, ou seja, com exclusividade total. Claro que ao longo desses doze anos em que ministrei aulas, a prioridade sempre foi a mesma, porém nesse período, de 1987 a 1999, a carreira artística deixou também espaço para a atividade didática, e mesmo por ter entrado nessa atividade pela necessidade e não por vocação ou prazer, foi muito importante em minha trajetória sob vários aspectos.
Ao encerrar este capítulo, mas já a anunciar que haverá mais um, para que eu possa estabelecer as considerações finais, registro que eu tive um aluno extra, em caráter gratuito, muitos anos depois, por volta de 2003, quando o filho caçula do Junior, James Castello, manifestou vontade de aprender a tocar baixo. Mas foram poucas aulas, pois a Patrulha do Espaço vivia na estrada, literalmente, e o próprio, James, viajou conosco muitas vezes, a trabalhar como roadie da banda.
Então foi isso, estou a encerrar essa trajetória da minha vida na música, e assim, no próximo capítulo, eu tecerei as considerações finais...
Continua...
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