segunda-feira, 6 de julho de 2015

Autobiografia na Música - Sala de Aulas - Capítulo 81 - Por Luiz Domingues


Iniciou-se o ano de 1997, com a mesma dinâmica de sempre, ou seja, janeiro sempre tendera a ser um mês com baixa frequência devido às férias escolares, mas desta feita, a normalidade não se restabeleceu, e definitivamente, esteve a seguir a estranha tendência iniciada no início do segundo semestre de 1996, quando da queda brusca do meu quadro de alunos.

E também houve uma novidade, nesse início de 1997, por um aspecto externo: desde 1992, as minhas aulas interagiram fortemente com a minha banda, o Pitbulls on Crack. Contudo, neste começo de 1997, a banda iniciou uma curva descendente acentuada, e isso pareceu ter se amalgamado à decadência de minhas aulas em termos de frequência.

Tomei a providência de reforçar o meu quadro, visto que acomodara-me na situação, confesso, e durante quatro anos, o movimento muito bom de entrada de alunos, destituiu-me da necessidade de continuar a empreender esforços de divulgação de minhas aulas. Simplesmente eu parei de providenciar colagem de cartazes para anunciá-las, mas nesse instante, foi necessário tentar uma renovação a visar a retomada da boa média perdida.

Para tanto, pedi à um amigo, cujo nome não revelarei (pois não acho que valha a pena expô-lo, apesar da má ação que me aprontou), que este providenciasse tal colagem e claro, lhe dei um suporte financeiro para tal. Mas infelizmente o tempo passou e ao perceber que o telefone não tocava, descobri através de outras pessoas que os meus cartazes não estavam colados nas lojas da Galeria do Rock, então o meu principal alvo de propaganda.

Para piorar, um amigo me contou que flagrara o elemento a jogar os cartazes em uma lata de lixo e a rir, ironizava-me, ao dizer que eu seria de fato, um "trouxa"...

Bem, a despeito desse revés com requinte de traição, providenciei uma nova tiragem de cartazes e desta feita a contratar uma pessoa idônea para a tarefa de distribuição pelas lojas. 

Mesmo com esse prejuízo em relação aos cartazes não terem ido de fato para os murais das lojas, o retorno já estava muito aquém de épocas passadas e daí, eu me conscientizei de que vivíamos realmente uma época diferente e os meus dias como professor estavam comprometidos, a não ser que eu buscasse uma adequação aos novos tempos, para concorrer com as mega escolas de música que existiam já em São Paulo, e com estrutura muito superior à da minha simplória salinha de aulas, e fora o crescimento da internet, que começava a se popularizar naquela época, a determinar que assim, as oportunidades de informação sobre técnicas, métodos e teoria musical on line, que começavam a sedimentar-se no mercado didático. Foi quando eu comecei a pensar mais seriamente sobre tal assunto, enfim, ao admitir que os novos tempos sinalizavam mudanças para mim, como professor.

Continua...

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