Os irmãos Schevano, Ricardo & Marcello, e Toni Peres Rodrigues, da esquerda para a direita. Marcello usa a camiseta do Pitbulls on Crack
O assunto do momento dali em diante, dentro de minha sala de aulas,
passou a ser naturalmente, a gravação do CD Lift Off, do Pitbulls on
Crack. Cada pequena informação que lhes fornecia, foi um fator
motivacional e tanto para a minha garotada. Claro que não cometi o
deslize de convidar nenhum deles para ir visitar o estúdio em uma sessão
de gravação, pelo caráter inadequado que tal predisposição teria,
obviamente.
A gravar o CD Lift Off, do Pitbulls on Crack, em 1996...
O importante, todavia, foi que mais uma vez eu senti
essa comunhão entre a banda pela qual eu tocava na ocasião e o outro mundo em
que vivia nos anos noventa, ou seja, justamente a minha sala de aulas e
a lidar com o meu quadro de alunos.
Quando o segundo semestre iniciou-se, o movimento na minha sala de aulas pareceu estar dentro da rotina.
Eu estava
habituado com a rotina de perder alguns alunos no pós-férias, mas logo
na metade de agosto, essas lacunas eram normalmente preenchidas pela entrada de
novos alunos. Essa foi uma dinâmica normal para o período das férias escolares
de julho, e o mesmo ocorria em dezembro, quando na proximidade do natal
havia uma debandada, mas os que não voltavam em janeiro, eram
substituídos rapidamente por novos alunos que chegavam.
No
entanto, essa regra quebrou-se em 1996, e sem que houvesse um motivo
plausível, lembro-me que na metade de agosto, perdi oito alunos em uma
única semana.
A maioria comunicou-me de sua desistência das aulas, alguns poucos sumiram sem satisfações, mas pelo que percebi, foram motivações
completamente diferentes entre cada um eles e não houve a menor possibilidade
desse ato ser algo arquitetado coletivamente, ou que denotasse algum tipo
de boicote e/ou sabotagem.
Eles simplesmente debandaram e claro que
o número significativo a marcar oito, causou um pequeno estrago no meu
orçamento. O pior de tudo, foi que não houve a costumeira reposição, e essa
queda repentina provocou uma diminuição no meu quadro, da qual nunca
mais consegui recuperar-me.
Doravante, nos últimos anos em que
dei aulas, o meu número médio ficou desse patamar para baixo. Estava
quebrada a minha média de trinta e cinco alunos, que eu mantive praticamente desde
1989.
Foi engraçado que nessa época, eu não tinha planos para encerrar
a minha atividade como professor particular, tão cedo. O Pitbulls on Crack
dava mostras de crescimento, mas eu não confiava plenamente na banda para que em um
curto/médio prazo, me oferecesse condição de estabilidade financeira para não precisar mais dessa
atividade paralela.
E mais estranho ainda, foi que na hora em que
verifiquei essa queda, eu tive o insight claro de que ali começara o fim
da minha atividade como professor. Até hoje, não tenho nenhuma explicação plausível,
mas o fato concreto, é que nessa semana de agosto de 1996, essa queda de
alunos repentina, realmente foi o primeiro sinal de que essa atividade
caminhava para o seu final. Muito embora isso tenha sido sacramentado de
fato, somente três anos depois. E apesar de contar com menos alunos inscritos,
a minha sala de aulas ainda protagonizaria muitas histórias, inclusive
mais um pico de euforia, que ganharia volume no ano de 1998.
Continua...
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
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