sábado, 19 de setembro de 2015

Autobiografia na Música - Ciro Pessoa & Nu Descendo a Escada - Capítulo 11 - Por Luiz Domingues

No terceiro ensaio, as dúvidas foram mínimas da parte de cada um, e a banda soara com bastante energia. Chamara-me a atenção, a entrega do Ciro na interpretação, pois ele jogava-se na emoção, como se estivesse a se apresentar ao vivo, e isso eu apreciava bastante de sua parte.

Performático, ele pareceu ser bem dramático e intenso, ao dar-me a impressão de que ao vivo, teria ainda mais um impulso para incrementar a sua mise-en-scène.

Extraímos todo o ranço ska e oitentista da música, "Sonífera Ilha", o que a tornou bem mais palatável, mas em: "Pânico e Solidão", essa missão não logrou êxito em 100%, no sentido de se atenuar a aspereza Pós-Punk inerente da sua versão original, mas nesse caso, foi uma missão praticamente impossível pelo seu esqueleto rítmico e harmônico. Ela fora concebida nesses termos e uma mudança radical a descaracterizaria tanto, que possivelmente frustraria os fãs desse trabalho que o Ciro fez no passado. 

Já o tecladista, Caleb Luporini, usava bastante tecnologia "midiada" nos teclados, e nesses módulos acoplados à softwares, ele introduzira muitos ruídos bizarros, absolutamente psicodélicos.

Enfim, a banda estava a soar exatamente como o Ciro planejara, e com o som mais firme, restou-nos um apronto final com a presença da cantora, Luciana Andrade, para podermos cair na estrada, finalmente. Dessa forma, marcamos mais dois ensaios no mesmo estúdio, e estes foram os derradeiros antes da estreia dessa nova formação. Eu estava a apreciar o andamento dos acontecimentos e fiquei ansioso para tocar aquela psicodelia toda, ao vivo.

Continua...


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