A ideia que a Sarah nos apresentou, foi em torno de um show inteiramente acústico, inclusive sem a presença de um sistema de PA, ou seja, seria um show acústico literal, pois não tratar-se-ia apenas de apresentarmos um espetáculo a tocar violões e evitar assim o uso de amplificadores para guitarras, baixo e teclados. Ao ir além do conceito do "acústico", propriamente dito, por não contar com um equipamento de PA, nada seria mixado através de uma mesa e retransmitido para o público!
Com isso, o show seria uma experiência
inóspita no sentido de se parecer com um "Luau" informal, com a banda a tocar violões, instrumentos
de percussão e vozes absolutamente in natura, sem apoio sonoro de amplificação alguma.
E a seguir o padrão, seria também um show sem iluminação, ao fazer uso de velas apenas, e a reforçar o conceito de um show adaptado ao Blackout que o Brasil vivia naquele segundo semestre de 2001.
Em princípio, claro que
relutamos... a Patrulha do Espaço sempre foi uma banda essencialmente elétrica. A fúria, no bom sentido, de
suas apresentações ao vivo, desde os primórdios com o Arnaldo Baptista
na formação, não davam margem à dúvidas. Então, a Sarah nos convenceu de que seria uma experiência interessante, pois haveriam algumas motivações extras a serem consideradas.
Nas mesas onde o público ficaria alojado, candelabros com velas e incensos seriam colocados e os artistas não usariam o palco normal da Chopperia do Sesc, mas um palco todo ornado como uma tenda hippie, ficaria bem no meio do salão, e o público cercar-nos-ia como se fosse um autêntico "Luau".
Tais artistas convidados foram: Luiz Carlini e Helena T, a representar o Tutti-Frutti, o baterista Paulo Zinner, um coral de monges que faria uma apresentação vocal no pré-show, como lounge, e um citarista chamado: "Krucis", que viria acompanhado de um percussionista específico para tocar tablas.
Então, toda a nossa resistência quanto a fazer um show com características de "Luau na praia", sem o uso de um PA, pôs-se a ser minada aos poucos. Não foi uma resolução que digerimos imediatamente. Contudo, pelo que me lembro, jamais colocamos em cheque a nossa participação no evento, no entanto, tentamos a todo custo que houvesse um PA à nossa disposição, mesmo que fosse sob uma proporção mínima, pois cantar sem apoio algum, na sala de uma residência é uma coisa, mas a realizar um show ao vivo, mesmo sob condições intimistas, seria uma outra situação completamente diferente.
Continua...
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