Estávamos a ponderar sobre as diferenças de pensamento do Alex, em relação aos demais, desde o início das atividades da banda, ao considerar uma série de fatores:
1) A falta de sintonia conosco,
artisticamente;
2) A falta de coadunação no objetivo a ser alcançado,
com sua visão divergente sobre o nosso direcionamento;
3) A "economia"
que ele fez na sua performance, ao criar linhas de bateria bem mais simples do que nós gostaríamos, pois a sua concepção fora atingir o Pop mainstream do mundo popularesco predominantemente;
4) A destoante composição
de sua autoria, que se tornara uma questão clara para nós que suscitaria estranheza, quiçá críticas,
quando o disco fosse lançado, e finalmente,
5) A sua recusa de querer tocar
a se arriscar financeiramente e portanto, privilegiar a agenda pessoal
para os seus trabalhos com bandas cover.
Sendo assim, reunidos os três demais componentes, e com o apoio do Renato Carneiro, resolvemos conversar com o Alex sobre a sua situação conflitante na banda.
O primeiro ponto que falaríamos
seria sobre a música, e mesmo que remotamente, ainda haveria a
possibilidade dele permanecer, embora achássemos de antemão que ele não
entenderia a nossa posição, e obviamente levaria isso para o lado
pessoal.
Mesmo dentro da sua coerência, ele interpretaria essa decisão
como um direcionamento contrário à sua meta artística, muito por que,
talvez nutrisse esperanças concretas nessa canção em detrimento das
demais, anticomerciais na sua concepção.
O primeiro contato nesse sentido foi telefônico e eu fui o eleito para ser o porta-voz da banda nessa decisão, por ser considerado o mais "calmo" dos três, em opinião colhida entre os demais.
Claro que um assunto delicado dessa monta, mesmo eu sendo tradicionalmente equilibrado, seria bastante espinhoso. E de fato, foi muito desagradável, pois o Alex ficou muito irritado. É óbvio que foi uma reação esperada e legítima da parte dele. Quem gosta de ser contrariado e receber uma notícia dessas de forma arbitrária e à revelia? Os nossos propósitos foram nobres, ao pensarmos na preservação do trabalho, mas foi evidente que ele não aceitou a nossa argumentação e o clima ficou muito desfavorável.
Então, ainda em fevereiro,
marcou-se uma reunião para tirarmos tudo isso a limpo e uma decisão ser
tomada. Já ficara implícito que ele deixaria a banda, pois o clima criado
pelo telefone, foi emblemático.
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