Após o almoço, já estávamos prontos para a retomada da jornada.
Particularmente, eu estava a apreciar o empenho do Marco Carvalhanas, como
Road Manager da turnê, embora ele não fosse nada experiente na
função.Todavia, a sua força de vontade em querer aprender foi notável, e o
empenho para agir e ser útil, a facilitar a nossa vida ao máximo, estava
a agradar-me, e acredito que também aos demais.
Deixamos a cidade de Americana por volta das 13:00 horas. Como primeiro show da turnê, foi muito válido tocar nessa cidade, embora a casa onde nos apresentamos não tenha sido a ideal para um show de Rock e sem falsa modéstia, para a tradição de nossa banda, mas enfim...
Entretanto, o importante foi que serviu
como estopim, ganhamos um cachê razoável que ajudou no cômputo geral, e
"ensaiamos" ao vivo, para reforçar a nossa condição para os demais shows. E houveram alguns fatores a mais para serem comemorados e embora soassem como detalhes apenas, seriam aspectos positivos. Ocorre que vendemos discos na loja de discos Rocker
local, saímos com destaque no jornal da cidade, além de atendemos as
expectativas de nosso diminuto público, e isso valeu muito para nós.
Como
eu já mencionei, houve mais de trezentas pessoas na casa noturna: "My Way", mas
aqueles jovens ignoraram retumbantemente o nosso show, embora servira-nos como consolo o fato de que qualquer banda sofria essa indiferença ali naquele palco, inclusive
gente conhecida do mainstream da música, conforme nos contaram, e vou
preservar a identidade de tais artistas, para não criar alvoroço.
Missão
cumprida em Americana-SP, saímos da simpática cidade fundada por
americanos "Southern", e fomos para São Carlos-SP, a nossa segunda escala.
Ao sairmos de Americana pela Rodovia Anhanguera, sentido Ribeirão Preto, passamos por Limeira, cidade onde nos apresentamos em 2000, e voltaríamos a tocar no futuro. A Patrulha do Espaço tinha (tem) uma longa tradição nessa cidade, desde os primórdios da banda, onde tocou muitas vezes e uma delas, com a minha banda nos anos 1980, A Chave do Sol, a cumprir o ato de abertura ("open act", e história já relatada com detalhes no capítulo d'A Chave do Sol).
Logo que se passa por Limeira, existe um entroncamento de estradas e a seguir o nosso objetivo, entramos na Rodovia Washington Luis, sentido São José do Rio Preto, com destino a São Carlos. Passada a cidade de Rio Claro e algumas cidades de menor porte, chegamos enfim nessa ótima cidade interiorana, com forte tradição universitária, pois ali funcionam a UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos), e um Campus avançado da USP.
Eu nunca havia estado nessa cidade, e impressionei-me com a sua pujança, logo que adentramos em suas avenidas que nos conduziram ao centro. Nessa noite, tocaríamos em uma outra casa noturna, bem próxima à uma bela praça, situada na avenida São Carlos, no centro da cidade. O hotel em que hospedar-nos-íamos, ficava na mesma avenida e distante apenas um quarteirão da casa noturna.
O comércio era farto, com muitos restaurantes e lanchonetes, e logo descobrimos uma sorveteria, daquelas típicas do interior, bem em frente ao hotel, que visitamos muitas vezes naquelas 24 horas em que ficamos na cidade, aproximadamente. Feito o check in do hotel, fomos para a casa noturna, descarregar o equipamento, para começar o processo da montagem.
O excelente baixista, e um grande amigo desde então, Gabriel Costa, que nos dias atuais (2015), é componente do Violeta de Outono
Ao se apresentar como baixista da banda de abertura, ele estava ali para nos recepcionar e auxiliar no soundcheck. O seu nome era: Gabriel Costa, e a banda em questão, "Homem com Asas". Esse fora o contato do Rolando Castello Junior na cidade, e não só nesse aspecto, mas na continuidade dessa turnê, teríamos muitas surpresas nesse sentido, com bandas de abertura a nos auxiliar na produção local, e ao irmos além, bandas extremamente antenadas na vibração das décadas de 1960 & 1970, e com excelente nível técnico, a abrilhantarem e muito os eventos.
Muitos anos depois, o Gabriel Costa seria baixista do Violeta de Outono, Gong, e outros tantos trabalhos muito significativos. Então, foi assim que eu conheci o Gabriel, que tornou-se um grande amigo, doravante.
Com o apoio dele, e dos demais membros da banda que logo a seguir conhecemos e também eram extremamente simpáticos e solícitos, fomos então montar o equipamento e iniciar o soundcheck...
Visita à loja "Cosmic", no centro de São Carlos-SP, especializada em Rock das décadas de 1960 & 1970, com o seu proprietário (o segundo da esquerda para a direita, cercado por Rodrigo Hid, Marcello Schevano e Rolando Castello Junior. Click, acervo e cortesia: Samuel Wagner
Continua...
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