O camarim foi improvisado, e na verdade se tratava de um vestiário para atletas que deviam utilizar as quadras de esportes e/ou piscinas. Tudo bem, eram limpos e amplos, portanto habitáveis.
Quando o horário avançou, percebemos que o clube houvera aberto as portas para o público. Não foram muitas pessoas que chegaram, inicialmente, mas o fluxo se mostrou contínuo, a prenunciar que haveria um quórum mínimo, ali no ambiente.
Chegada a hora do
espetáculo, e então emitimos o sinal para o pessoal do Tomada iniciar o seu show de abertura.
Eles subiram ao palco e começaram a tocar. Estávamos no camarim e
notamos que a voz do vocalista, Ricardo Alpendre, não entrava na música. Pensamos
inicialmente que a banda talvez iniciasse o seu show com um tema
instrumental, portanto fosse algo premeditado da parte deles. Mas o fato, foi que a
música alongara-se em demasia e não esboçou que terminaria, tampouco para que entrasse enfim a voz do
Ricardo. Ressabiados, fomos verificar o que ocorria, e pasmem!
O vocalista, Ricardo
Alpendre, estava com o microfone em mãos e a sinalizar freneticamente
para o técnico de som tomar uma providência, mas como o operador da mesa de mixagem
posicionara-se longe, e com o advento da iluminação a produzir o efeito da contraluz cegante, não fora possível
visualizá-lo com nitidez, para quem estava no palco. Mas nós
vimos claramente que o operador não estava presente ali na mesa, e pior, o som da banda foi o que estava
a vir diretamente dos amplificadores, pois o P.A. estava desligado! Só
havia, dessa forma, o som de guitarra e baixo que viera direto dos amplificadores no palco, e mesmo assim, sem passar
adequadamente pelo P.A. Aonde estaria o profissional responsável pelo equipamento?
Não vou entrar no mérito da questão, mesmo por que não sei o que fora combinado com o produtor do show, mas claro que ninguém aprovou esse tipo de atitude rude. A despeito dele ter tido o direito de cobrar e acaso não fosse honrada o compromisso, o direito de desmontar o equipamento e ir embora, bastaria ter estabelecido uma conversa prévia a abordar a sua reivindicação, algumas horas antes do espetáculo iniciar-se. Aliás, cabe a reflexão: por que ele realizou o soundcheck e não mencionou a sua condição inalterável para o produtor do show?
Ali, por
volta das 17:00 horas, teria sido o momento mais adequado para tal conversa, e tudo isso teria
sido evitado. Não quero prejulgar, mas talvez ele tenha feito de propósito,
para que a sua pressão psicológica ganhasse ares de dramaticidade, pelo aspecto da chantagem. Se foi
isso, claro que premeditou, e nesse caso, foi mais um ponto negativo da sua
conduta.
Enfim, após uma conversação acalorada, o produtor foi providenciar o dinheiro, e somente quando as notas foram parar no bolso do sujeito, foi que ele se dignou a interromper a sua sessão de musculação na academia, e foi abrir o som do PA, com a banda a tocar no palco. O show prosseguiu por que os componentes do Tomada eram (são) muito gentis pois outros músicos talvez abandonassem o palco em sinal de protesto, ou buscariam a satisfação com o sujeito que os expôs, pois foi realmente uma situação lamentável e vexatória para eles. Terminado esse imbróglio, o show deles encerrou-se, e chegou a nossa vez.
Continua...
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