Chegamos enfim à cidade de Mogi-Guaçu-SP, mediante o uso da van do nosso sócio-motorista.
O anfitrião na cidade, Alexandre Quadros, estava muito animado e esperançoso pela
presença de um público numeroso, visto que havia esforçado-se bastante
para divulgar o espetáculo na cidade e também através das cidades vizinhas. O local já era nosso conhecido e as condições de som, iluminação & infraestrutura de camarins foram portanto, as esperadas por nós. Mas,
à medida que o horário do show se aproximou, infelizmente notávamos
que o público sinalizava ficar aquém da nossa expectativa e dessa forma, só nos preocupamos em
realizar o show para os poucos que se dignaram a comparecer e como uma praxe, o raciocínio
do artista é sempre no sentido de fazer o melhor possível, mas muito mais que
isso, honrar o fã abnegado que compareceu.
O Alexandre ficou muito desapontado, pois se tratava da sua cidade, e o seu esforço pessoal poderia ter sido arranhado pelo insucesso de público. Mas o isentamos completamente desse ônus. Pelo contrário, o nosso reconhecimento pelo seu empenho, que foi extraordinário, não mudou um centímetro sequer. Sabíamos que ele houvera se esforçado ao máximo, e o não comparecimento do público em massa, foi algo meramente ocasional, e jamais por sua culpa.
Ao ir além, digo que já no tempo d'A Chave do Sol, eu já havia passado por situações parecidas, onde em meio a uma pequena cidade do interior, ninguém vai ao show, embora seja sabido haver fãs do trabalho em tal localidade. É um acontecimento bizarro que nem a parapsicologia explica, mas existe como "fenômeno", e acontece muito no interior.
Não me lembro muito bem da apresentação da banda: "Le Fou". A minha lembrança efêmera é a de uma banda pesada, com influência de Hard-Rock oitentista e talvez a conter uma pitada de grunge noventista. Quanto ao "Wild Shark", se tratara de uma banda com boas influências setentistas, a misturar com elementos dos anos 1980 e 1990, também. Era híbrida, pois tocou material próprio, mesclado a covers e lembrou-me o Rock'n' Roll quase Hard do Kiss, em alguns aspectos.
O Alexandre ficou muito chateado com a pouca presença de público e chegou a exaltar-se ao microfone, ao cobrar mais atitude dos Rockers da região, em tom de desabafo, mas foi inútil reclamar, pois quem mereceria ouvir o lamento, simplesmente não estava lá. Então, tal manifestação de sua parte, ficou pelo seu desabafo pessoal, mesmo. Foi o dia 16 de novembro de 2001, e cerca de trinta pessoas pagaram ingressos para ver o show da Patrulha do Espaço e das bandas de abertura. No dia seguinte, a missão foi em Santos, no litoral de São Paulo...
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