Já o outro rapaz que estávamos a contar com os seus préstimos para essa
excursão, se tratava apenas de um carrier. Ele não tinha nenhuma noção do que representava
ser um roadie, propriamente dito, e portanto, na hora da montagem e
desmontagem, em nada poderia contribuir, a não ser auxiliar a alcançar as
peças para o único roadie, a cumprir uma ajuda pífia.
E sobretudo, na hora do
show, qualquer eventualidade que ocorresse, e são muitas as ocorrências
nesse sentido, nós só teríamos um roadie na equipe para suprir a
necessidade, quando uma equipe realmente profissional conta no mínimo
com um roadie para cada instrumentista, especializado no seu respectivo
instrumento e equipamento, portanto pronto a resolver qualquer pane
específica. Bem, foi o que tivemos e assim viajaríamos.
O reforço adicional seria a presença do Marco Carvalhanas, que atuaria como road manager, a encabeçar toda a logística e resolver questões pontuais, como assumir, eventualmente, até a bilheteria de casas noturnas onde apresentar-nos-íamos, por exemplo.
A esposa do Junior na ocasião, Claudia Fernanda, também viajaria conosco, e ela, desde o início da nossa formação, atuava como produtora, certamente munida de sua experiência como coordenadora de eventos de grande porte, geralmente ligados à produção de exposições de artes plásticas, vernissage & afins, portanto, era muito ativa, a se mostrar determinada. E também detinha uma visão muito boa de estética, pois estava acostumada a cuidar do visual de galerias de arte, portanto, mesmo com a nossa banda não tendo nem 10% dos recursos visuais com os quais ela estava acostumada a lidar, eis que ela sempre achava um jeito de dar o melhor acabamento possível ao nosso palco.
E finalmente o sócio-motorista, que só dirigia o
carro e era o responsável pela sua manutenção, e não ajudava em nada no
processo de montagem e desmontagem do equipamento, em cada show. Faltava-nos
pelo menos um técnico de som, que seria o ideal, e mais um roadie, quiçá
mais experiente, porém, as nossas condições gerenciais naquele instante não
permitiram que pudéssemos contratar um profissional pelo menos, pois o
certo mesmo seria levar dois, um para operar o PA e outro apenas para operar o monitor.
Isso sem contar o iluminador, outro profissional muito importante para a
equipe. Mesmo assim, claro que fomos em frente pois nada poderia nos deter. E la nave va...
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