domingo, 20 de setembro de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 145 - Por Luiz Domingues

Com a aproximação do horário combinado, resolvemos então adentrarmos o interior da casa, para assistirmos o show do "Hare". Foi difícil entrar no recinto, pois estava abarrotado, e a fila de pessoas a desejar ainda entrar, foi muito grande. Se não fosse pela intervenção de Claudia Fernanda e Marco Carvalhanas que estavam na portaria, teria sido difícil entrar. Lá dentro, estava bastante quente, apesar da farta existência de ventiladores de teto. O fato é que a casa estava muito lotada, e o calor humano só reforçara a típica temperatura interiorana, ainda mais nessa época do ano.

Arrumamos um canto e assistimos a apresentação do "Hare", com muito prazer. O "Hare" tinha o seu trabalho autoral, mas estava acostumado a tocar covers de clássicos do Rock das décadas de 1960 & 1970, pois infelizmente, raramente haviam oportunidades para que a banda fizesse shows exclusivamente autorais, como os seus membros desejavam e mereciam. 

De minha parte, impressionei-me muito com a performance da banda, mas não apenas pela questão técnica. Claro que eram bons músicos, com grande capacidade musical. A questão foi: eles tinham um "algo a mais" que cativou-me e detesto usar a palavra "atitude", por que tal termo ganhou uma conotação deturpada nos últimos trinta e tantos anos por razões nefastas, e não cabe um desvio de conversa aqui para explicar o por que disso. O fato, é que o "Hare" tinha a rara capacidade de mostrar no palco, mais que uma influência boa daquelas décadas, como muitas bandas bem intencionadas apresentam, mas conseguira, aí sim, transmitir tal vibração, como se realmente fosse uma banda da época, e isso cativou-me.

Mesmo quando tocaram covers (e por mais que eu goste de tais músicas, ainda assim, sempre irei preferir ouvir material autoral de um artista novo), a vibração estava ali, perfeitamente transmitida pelos três membros da banda. Claro, essa perspectiva foi muito particular de minha parte, e mais ou menos percebida pelos demais. Não foi o fato de que não se ligassem nessa particularidade, mas claro, cada um tem uma visão e uma motivação, e pelo que me lembro, só eu mesmo estive a enxergar a performance do "Hare" mediante lentes lisérgicas e sob vibrações aquarianas...

Claro que houve um grupo de amigos e fãs do "Hare" presentes e a vibrar, mas a grande maioria ali presente, foi formada pela juventude burguesa da cidade de Mirassol, e também das vizinhas, incluso São José do Rio Preto, e esta se configurar como a maior cidade da região e certamente, uma pequena metrópole pelo porte e infraestrutura. 

De minha parte, eu estive muito motivado para tocar, depois de um show de abertura tão vibrante, perpetrado pelo "Hare", cujos membros eram: Renato (guitarra e voz), Sandro (baixo e voz), e Junior Muelas (bateria e voz).

Continua...

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