Arrumamos um canto e assistimos a apresentação do "Hare", com muito prazer. O "Hare" tinha o seu trabalho autoral, mas estava acostumado a tocar covers de clássicos do Rock das décadas de 1960 & 1970, pois infelizmente, raramente haviam oportunidades para que a banda fizesse shows exclusivamente autorais, como os seus membros desejavam e mereciam.
De minha
parte, impressionei-me muito com a performance da banda, mas não apenas pela
questão técnica. Claro que eram bons músicos, com grande capacidade musical. A questão foi: eles tinham um "algo a mais" que cativou-me e
detesto usar a palavra "atitude", por que tal termo ganhou uma conotação
deturpada nos últimos trinta e tantos anos por razões nefastas, e não
cabe um desvio de conversa aqui para explicar o por que disso. O
fato, é que o "Hare" tinha a rara capacidade de mostrar no palco, mais
que uma influência boa daquelas décadas, como muitas bandas bem
intencionadas apresentam, mas conseguira, aí sim, transmitir tal
vibração, como se realmente fosse uma banda da época, e isso cativou-me.
Mesmo
quando tocaram covers (e por mais que eu goste de tais músicas, ainda
assim, sempre irei preferir ouvir material autoral de um artista novo), a
vibração estava ali, perfeitamente transmitida pelos três membros da banda. Claro,
essa perspectiva foi muito particular de minha parte, e mais ou menos percebida
pelos demais. Não foi o fato de que não se ligassem nessa particularidade, mas claro,
cada um tem uma visão e uma motivação, e pelo que me lembro, só eu mesmo estive
a enxergar a performance do "Hare" mediante lentes lisérgicas e sob vibrações aquarianas...
Claro que houve um grupo de amigos e fãs do "Hare" presentes e a vibrar, mas a grande maioria ali presente, foi formada pela juventude burguesa da cidade de Mirassol, e também das vizinhas, incluso São José do Rio Preto, e esta se configurar como a maior cidade da região e certamente, uma pequena metrópole pelo porte e infraestrutura.
De minha parte,
eu estive muito motivado para tocar, depois de um show de abertura tão
vibrante, perpetrado pelo "Hare", cujos membros eram: Renato (guitarra e
voz), Sandro (baixo e voz), e Junior Muelas (bateria e voz).
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