Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Autobiografia na Música - A Chave do Sol - Capítulo 273 - Por Luiz Domingues
Os primeiros meses de1986, representaram um raro momento marcado pela escassez de shows, desde 1984, onde a banda alcançara uma regularidade, graças à crescente exposição na mídia e também pelo advento do primeiro disco, a emendar rapidamente com o segundo, um ano depois. Contudo, por incrível que pareça, não ficamos preocupados, apesar de chateados, é claro. A ausência de preocupação deu-se pelo fato de que sabíamos que seria um hiato meramente ocasional, e que em breve, retomaríamos a agenda com constância e perspectiva de expansão. E um fator foi uma realidade em 1986: "o telefone estava a tocaro"...
Essa expressão que eu citei acima, é um jargão entre artistas de uma forma geral, e na música é bem usado, para designar que o momento é bom e as oportunidades estão a bater na sua porta e não o contrário, com o artista a bater nas portas, invariavelmente fechadas para ele. Dentro dessa dinâmica, ficou nítido que os anos de labuta estavam a ser recompensados nesse "momentum", pois a cada dia, novas oportunidades surgiam espontaneamente, e foi o caso do que eu contarei a seguir.
Desde 1983, tínhamos uma boa relação com a TV Cultura de São Paulo, por termos participado do programa: "A Fábrica do Som", por cinco oportunidades. Contou pontos também quando tocamos em uma sexta oportunidade que não foi ao ar, porém, nós ajudamos a evitar um tumulto generalizado, quando entretemos o público do Teatro Sesc Pompeia, e sob condições técnicas inóspitas, através de uma situação pela qual eu já descrevi vários capítulos atrás. Também tivemos boas participações na rádio Cultura, que era/é um braço da fundação Padre Anchieta etc.
Então, nessa mesma época em que estávamos entretidos em preparar a demo-tape com músicas novas e filmar um videoclip (conforme estou a narrar nesta fase da cronologia, nos últimos capítulos), recebemos um telefonema do departamento de jornalismo da TV Cultura de São Paulo, para filmarmos um videoclip produzido por eles, sem nenhum ônus, e que seria exibido em vários programas dessa rede. Pessoas ligadas à antiga produção d'A Fábrica do Som, já sabiam que estávamos com uma demo-tape com músicas novas em mãos, e uma dessas novas canções detinha uma temática interessante sob o ponto de vista do cunho sociopolítico, ao falar sobre o regime do "apartheid" na África do Sul, o que lhes despertou o interesse, visto que foi um assunto jornalístico muito em voga na ocasião.
Claro que aceitamos, e nos colocamos à disposição, imediatamente. Foi um desses fatos típicos do "telefone que está a tocar", e paralelo ao clip que fazíamos com a canção, "Saudade", tonara-se portanto, uma oportunidade de ouro para possuirmos dois clips para passar na TV, simultaneamente, e sem ônus algum para a banda. E lá fomos nós, em uma tarde de terça-feira, no final de abril de 1986, para essa filmagem, nos estúdios da TV Cultura...
Continua...
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