Antes
de iniciarmos com a gravação dos vocais, finalizamos as sessões com a presença de
outros convidados que teríamos. Nessa segunda etapa, outro convidado foi,
Will Carrara,
percussionista de uma banda Pop, de nome curioso : "Homens do Brasil".
Nós
não o conhecíamos anteriormente, mas quando mencionamos que
tencionávamos convidar um percussionista para compor alguns arranjos de certas
músicas, o pessoal do estúdio Spectrum o indicou de pronto, pois ele era
primo de um dos donos do estabelecimento, e desde muito tempo, a sua banda, "Homens do
Brasil" estava a gravar um segundo álbum, ali mesmo no Spectrum.
De
fato, Will Carrara tocava bem, foi extremamente simpático nas
gravações, e competente em suas intervenções. Foram arranjos simples e
não marcaram decisivamente, contudo, ornaram bem. Encerrada essa fase com convidados, iniciamos a parte dos vocais com o Chris.
No
Pitbulls on Crack, não havia Backing Vocals, portanto, todas as
vocalizações eram do Chris, ainda que na gravação ele tivesse usado
algumas sobreposições, previamente. O primeiro empecilho criado foi quando ele
insistiu em trazer um processador que usava em seu estúdio caseiro.
Nele, já tinha um "preset" (para quem não entende esses termos usados em
linguagem do áudio profissional, entenda como "um programa de efeitos
pré-estabelecido pelo usuário"), pronto a conter parâmetros com os efeitos do reverber e delay (eco), bem
exagerados, que Skepis adorava usar na voz, ao fornecer ares fantasmagóricos ao seu
vocal.
É claro
que o técnico, conservador como ele só, queria
gravar "flat" (sem efeito algum e com equalização "achatada", sem nada
a interferir no sinal primordial), para depois mexer nos paramétricos na hora da mixagem, mas o
Chris insistiu em usá-lo já na captura. Tal desejo de sua parte suscitou uma discussão acirrada e o dono do
estúdio foi chamado, com a conversa a girar em meio ao impasse, sem no
entanto descambar para uma discussão tensa, pois o Chris sempre levava
tudo na base da brincadeira. A começar pelos apelidos que havia dados
aos dois (o técnico e um dos proprietário, o Alcir), e mesmo quando eles esboçavam alterar-se, todos em volta riam
com a insistência do Chris em chamá-los pelos apelidos.
Luiz, o técnico dessa gravação, mas na insistência do Chris, chamado como : Wagner...
O dono do
estúdio, ele apelidou-o como "goiabão", e o técnico,
ele chamava como Wagner, a irritá-lo o tempo todo, pois ele chamava-se
Luiz, na verdade...
Em retribuição, o dono do estúdio chamava o Chris como "marmota", mas sem o talento e carisma humorístico do Chris, o "marmota"
não pegou, simplesmente, para desespero do sujeito. Por fim, aceitaram
que ele usasse o processador de voz com aquela pasmaceira toda. Não
houve nenhum percalço nas gravações dos vocais, e como de costume, foram sessões
recheadas por brincadeiras múltiplas, com vários momentos de pausa forçada para
acalmar as epidemias de gargalhadas geradas no ambiente, pois como eu sempre saliento, tocar no
Pitbulls on Crack foi uma ótima terapia para desopilar o fígado...
Continua...
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
segunda-feira, 18 de maio de 2015
Autobiografia na Música - Pitbulls on Crack - Capítulo 73 - Por Luiz Domingues
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