Já no meio de 1993, os sinais estavam a solidificar-se no universo de minha sala de aulas. Tratou-se de uma safra nova de garotos, adolescentes mal saídos da infância, porém a demonstrar um exótico apreço pelo som antigo, de uma época onde nem eram nascidos (e muitos deles sem nenhuma motivação familiar que justificasse tal associação de ideias). E não foram apenas os alunos. Cada aluno culminava por trazer agregados, que certamente somaram muito ao contingente ali formado.
Por exemplo, foi através do Alexandre "Leco" Peres Rodrigues, que eu conheci Rodrigo Hid. Ambos tocavam na sua primeira banda de garagem, chamada: "Eternal Diamonds", cujo baterista, Fernando Minchillo, também tornou-se figura importante em minha sala de aulas.
Lembro-me que um dia fiquei muito impressionado com o talento natural do Rodrigo. Ainda em 1993, durante uma aula do Alexandre, surgiu uma conversa sobre Rock Progressivo setentista.
Os meninos impressionavam-me por conhecerem esse universo com desenvoltura, por possuir, inclusive, discos de artistas representantes dessa corrente já bem remota nos anos noventa, em suas respectivas residências etc. Então, em um dado instante, o Alexandre mencionou que o Rodrigo sabia imitar o timbre vocal do Greg Lake.
"A capela", ele então vocalizou um trecho da canção : "Epitaph", música do primeiro disco do King Crimson, banda pela qual Greg Lake fora o baixista/vocalista e realmente, ele demonstrou uma performance que chamou-me a atenção. Apesar de ter apenas quinze anos de idade (incompletos nesse dia), ele tinha emissão; afinação; um belo timbre vocal e a forçar a barra, imitava a voz de Greg Lake com perfeição. Tempos mais tarde, descobri essa fonte do talento dele para imitações, que veio do seu pai, Tufi Hid, que tornou-se um grande amigo meu, igualmente.
De fato, Tufi Hid é um tremendo imitador, não só de cantores do Rock e da MPB velha Guarda, mas também de diversos tipos humorísticos, incluso personagens criados por Chico Anysio.
Esse foi o primeiro indício que eu tive do talento do Rodrigo, ainda em 1993. E assim, com o decorrer dos meses subsequentes, tal impressão intensificou-se, com as oportunidades que eu tive para vê-lo a tocar guitarra; violão, e teclados, além de vir a conhecer as suas composições e também a capacidade grande que ele já possuía para criar arranjos.
Continua...
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