Como eu já disse anteriormente, vou repercutir algumas matérias que foram publicadas a conter resenhas de shows que eu havia comentado recentemente. Por exemplo, na Revista "Metal", número 22, o jornalista, Antonio Carlos Monteiro, falou sobre as suas impressões a respeito do Show "Metal 4", realizado no salão de festas do Palmeiras em maio de 1986:
"... Mais uma pausa, e surge A Chave do Sol". É impossível falar dessa banda sem usar adjetivos elogiosos. Inexplicável a cegueira absoluta das grandes gravadoras, que ainda não descobriram esse grupo. Além de músicas conhecidas, a Chave ainda mostrou alguns ótimos temas novos, provando que sempre é possível se superar"...
Na mesma revista, em sua edição de n° 23, a jornalista carioca, Claudia C. Schafer resenhou o show que fizemos no "Caverna II" do Rio de Janeiro ao final de maio do mesmo ano, e comentado nos capítulos imediatamente anteriores:
"No último domingo de maio, um grupo paulista muito querido pelos cariocas se apresentou pela terceira vez no Rio de Janeiro : o Chave do Sol. Além do Chave, tivemos a presença do Azul Limão e Fim do Mundo. Como de costume, ás quatro horas, os vídeos começavam a agitar a galera...
...Apesar de ter vindo poucas vezes ao Rio, a galera carioca o conhece pelo EP da Baratos Afins. A chave é uma banda extremamente profissional e seus músicos são excelentes, todos tem o mesmo nível. São eles : Luiz Domingues (baixo); Zé Luis (bateria); Rubens (guitarra) e Beto (vocais). Com temas falando de amor e também com conotações humanitárias eles levaram "Anjo Rebelde", a baladinha "Um Minuto Além", um protesto contra o Apartheid, "Sun City", entre outras encerrando com um belíssimo blues "Forças do Bem"...
Ao comentar as matérias, agora, em relação à resenha do Tony do show do Palmeiras, digo que o seu entusiasmo para conosco sempre foi emocionante. Daí em diante (para ser mais preciso, acredito que desde 1985), ele sempre demonstrou publicamente em suas matérias que não conformava-se com o fato d'A Chave do Sol não ser cogitada por nenhum produtor de gravadora major para uma possível contratação e remanejamento de nossa banda no mundo mainstream.
Isso foi muito bom como lobby para nós, ao considerar que o Tony já era um jornalista de primeira linha e escrevia para publicações bem situadas no ranking das publicações musicais do Brasil, caso das revistas: Roll, Metal e Mix, todas da mesma editora, além de colaborar com jornais e fanzines independentes, também.
No caso da resenha da Claudia, ela preocupou-se em situar a banda no imaginário do público carioca, e fazer uma descrição das músicas. "Forças do Bem" era uma música pesada, quase um Heavy Metal. Ela deve ter confundido o nome, pois ao descrevê-la como um Blues, referir-se-ia naturalmente à "Que Falta me faz Baby", essa sim, um Blues. Lembro-me que tocamos várias canções novas, dentro daquela determinação em extrair-se o "ranço Heavy Metal", inadequadamente adquirido após o lançamento do EP de 1985. Mesmo assim, tocar "Forças do Bem" foi uma escorregada na estratégia, quero crer. Ela omitiu a questão do calor, o desmaio do Zé Luiz, e a ovação incrível que tivemos, fatos marcantes do espetáculo, a escrever uma resenha quase burocrática, apesar de simpática.
Como dado curioso, acrescento que ela era uma mulher muito bonita, loira natural e com aparência de "gringa", a destoar do padrão típico da carioca bronzeada (essa moça era descendente de alemães), e na mesma época em que escrevia para a Revista Metal, apresentava um programa de vídeoclips na TV Bandeirantes do Rio de Janeiro. Pouco tempo depois, ficamos amigos, pois ela era muito amiga da minha namorada na ocasião, que era do Rio, também. Chegamos a irmos juntos ao show do Eric Clapton, na Praça da Apoteose, em 1990: eu; minha namorada (Sandra Regina), Claudia Schaffer e seu namorado, o baixista da banda X-Rated (que fez relativo alarde na cena Rocker do início dos anos noventa).
No próximo capítulo, ainda no embalo a falar sobre matérias de veículos impressos, comentarei sobre uma entrevista que eu mesmo concedi à Revista "Roll", e aí, há bastante substância para repercutir e comentar à luz de mais de trinta anos passados...
Continua...
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