domingo, 18 de outubro de 2015

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 17 - Por Luiz Domingues

O período que se seguiu, foi de apreensão para os Kurandeiros. A recuperação do Kim foi lenta, e exigia-lhe repouso absoluto, o que definitivamente o impedia de agendar shows. Se dependesse dele, certamente que desejava trabalhar, mas os médicos houveram sido incisivos com ele, no sentido de que ele não poderia esforçar-se fisicamente, e assim, tocar guitarra e cantar ao vivo, esteve fora de cogitação, naquele instante. Dessa forma, ele foi a recuperar-se, até que mediante novos exames, os médicos decidiram por mais uma cirurgia. 
Confesso, estou para ver uma pessoa com tanta resignação e força, pois qualquer outra, incluso eu, mesmo, teria esmorecido com tal notícia, mas ele enfrentou com uma tremenda determinação de submeter-se o quanto antes à prescrição médica, e vencer a dificuldade, e assim foi em minha avaliação, um exemplo de coragem e amor à vida. Enfim, uma nova intervenção nos mesmos moldes da anterior, subentendera mais um longo período de recuperação a posteriori, certamente, a repetir-se o hiato para a banda, tudo de novo. 

E sendo assim, ele apressou-se em comunicar aos Kurandeiros, que contava com nossa paciência nesse período, e pediu desculpas pela banda ser forçada a dar uma parada, e assim comprometer o decorrente movimento de cachês para os demais.

Ora, a nobreza de caráter da parte dele, foi notável em ter esse tipo de preocupação, porém, a nossa preocupação não fora essa, mas sim o restabelecimento do amigo, que precisava dar a volta por cima nessa questão de saúde.No entanto, infelizmente, a situação de saúde dele ficara difícil e o tempo de recuperação decorrente da segunda intervenção cirúrgica a que submeteu-se, não trouxe perspectivas concretas de solução para o seu problema de saúde e dessa forma, uma terceira intervenção foi sugerida pelos médicos, com consequente novo período de repouso absoluto. E uma quarta intervenção foi prescrita, a gerar um novo período de convalescença.

Desta feita, apesar do sofrimento todo, foi a última intervenção, ao dar um basta à essa situação e a conduzir o tratamento, doravante, à um patamar mais ameno, com medicamentos e exames periódicos de acompanhamento ambulatorial.

Nesse ínterim, surgiu uma data para o Ciro Pessoa, e como eu e Kim éramos de sua banda de apoio, independente dos Kurandeiros voltarem à ação, foi a perspectiva concreta dele retomar as suas atividades profissionais, ao menos ao se considerar as apresentações ao vivo, pois mesmo sem forças, ele nunca deixou de trabalhar em seu estúdio.

Sobre a apresentação que o Kim fez comigo, a acompanhar o Ciro Pessoa, narro no capítulo adequado, naturalmente. Com os Kurandeiros, a volta do Kim demorou mais dois meses, e veio a ocorrer no dia 17 de outubro de 2012, no Magnólia Villa Bar.

Se em agosto, o Kim tocara comigo e outros companheiros, ao acompanharmos o Ciro Pessoa em meio a um show realizado em São Carlos, no interior de São Paulo, mas com ele ainda a inspirar cuidados na sua condição física pós-operatória, desta feita, ele demonstrava estar muito melhor. 

Assim, com as presenças de Carlinhos Machado na bateria, Renata Martinelli aos vocais, Phil Rendeiro na guitarra base, Alexandre Rioli aos teclados, e eu no baixo, os Kurandeiros tocaram com bastante alegria naquela noite quente de primavera, pois o Kurandeiro-mor estava de volta em grande estilo, ao mostrar a sua superação.

Não tivemos um grande público, mas foi muito gratificante tocar e ver o Kim a pilotar a sua guitarra, cantar e fazer as suas costumeiras brincadeiras performáticas. Comeback, Kim Kehl!
"Cocada Preta", executada nesse show citado acima.
Dia 17 de outubro de 2012 - Magnólia Villa Bar
Eis o link para assistir no YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=fQwZXSg72ds

Aí sim, a próxima parada seria mesmo apenas para janeiro de 2013...
Continua...

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