No ímpeto, ele saiu a gesticular e deu um encontrão em um homem que vinha na direção oposta, que parou e o xingou, sem perceber a filmagem.
Outra observação, várias tomadas, tanto da Claudia, quanto do Daniel, foram estragadas por eles, atores terem sido obstruídos pelos transeuntes, e não havia meios de controlar isso, pois queríamos a naturalidade das pessoas comuns e alheias à filmagem.
Na esquina da Av. Paulista com a Rua
Augusta, na calçada do lado do Conjunto Nacional, uma multi galeria
muito famosa em São Paulo, os seguranças do Conjunto Nacional
queriam impedir a filmagem. Uma espécie de milícia uniformizada e
terceirizada, veio com certa truculência e bastante intransigência
tentar coibir o trabalho, mas a filmagem estava com autorização oficial
expedida pela prefeitura para filmagens em ambientes públicos. Demorou
para aqueles energúmenos entenderem que não teriam esse direito de
impedir o trabalho na calçada, mas por fim deixaram-nos em paz.
Nesse mesmo ponto, um grupo de curiosos aproximou-se e queria saber a todo custo do que tratava-se a filmagem. Um membro da equipe técnica, acostumado com esse tipo de aborrecimento em filmagens externas lhes disse-lhes: -" é para o programa do Datena" (um comunicador famoso na época por comandar programas pseudo-jornalísticos, de cunho policialesco), e os transeuntes esboçaram ficarem ofendidos com a pilhéria, mas logo entraram na brincadeira e ao enjoar de ficarem ali parados, dispersaram, enfim.
De improviso, o Xocante quis inserir uma cena com o Daniel Kid e o Xando sentados num bar, a beber com amigos. A negociação foi ali na hora, com alguns bares. Um vetou a filmagem, mas outro, na avenida mesmo, próximo ao Parque do Trianon e do MASP, aceitou.
Foi em um boteco rústico e com mesinhas na calçada, sem requinte algum. A cena é rápida e dá para ver o Xando, a beber com o Daniel Alvim. Na mesa estão também: Daniel Kid, nosso roadie e uma moça que era produtora e continuísta da equipe de filmagem, cujo nome eu esqueci.
Foi em julho e fazia
frio. Estamos agasalhados nas fotos dos bastidores e todos que
participariam dessas tomadas, idem, no clip. Uma dessas fotos dos bastidores, veio a se tornar uma peça promocional do Pedra por muito tempo.
Quando dispersamos, fiquei com uma tarefa final de produção para concluir, sob um esforço cooperativo. Fui então devolver dois aparelhos de "walk-talkie" que o Xocante emprestara de uma agência produtora de comerciais de TV, de amigos seus.
Como essa empresa ficava localizada em um bairro vizinho ao meu, eu fui com o meu primo, Emmanuel Barreto, fazer a devolução. Essa produtora ficava no bairro Mirandópolis, nas cercanias da Estação Praça da Árvore do Metrô.
O incrível nesse desfecho de noitada, foi que era
uma autêntica fortaleza. Quando acionamos o interfone, fizemos a
comunicação e mesmo ao nos mirar pelo monitor, e assim constatar que estávamos com os seus aparelhos
em mãos e a citarmos o nome do Eduardo Xocante, o fato foi que eles demoraram para abrir.
Pedra,
equipe de filmagem e agregados na foto de lembrança, no quintal da
residência de Claudia Cavalheiro, antes de partirmos para a Avenida
Paulista filmar as cenas externas
Sentimo-nos
dentro do seriado: "Get Smart" ("O Agente 86"), com aquelas portas que não
levam a lugar algum, a abrir e fechar)!
E assim terminou o cansativo dia & noite de filmagens, já a passar da meia-noite.
Continua...
Quanta aventura, muito legal! O fim foi hilário, uma produtora cheia das defesas e a comparação com o agente 86 foi ótima.
ResponderExcluirPois é, esse dia da filmagem da dramaturgia foi super cansativo, mas bastante agradável pela quantidade de coisas bizarras que nos arrancaram risadas naquele instante, e hoje, rendem histórias na minha autobio.
ResponderExcluirBacana estar acompanhando, amiga Jani. Valeu por comentar !