sábado, 17 de outubro de 2015

Autobiografia na Música - Pedra - Capítulo 52 - Por Luiz Domingues

O Carro Bomba tocou depois de nós naquela noite, ao se inverter a ordem que cumpríramos no Café Aurora, em maio. O show foi bom, temos muitas fotos e uma filmagem em Mini-VHS dele.  

Meu amigo, Marinho Rocker, de Lavras-MG, diante de sua estante de LP's, grande colecionador que o é.

Destaco a presença de meu amigo Marinho Rocker (que foi o primeiro incentivador para que eu começasse a escrever esta autobiografia, para que eu pudesse dar início à narrativa, ao abrir ele mesmo, um tópico, para que eu pudesse usá-la como "rascunho", na extinta Rede Social, Orkut, em 2011), que veio de Minas Gerais, de sua querida cidade de Lavras, especialmente para assistir o show do Pedra, e também do Carro Bomba, do qual era fã, também. 

Esse show ocorreu no dia 14 de junho de 2006, com sessenta pessoas na plateia, aproximadamente. Como último fato curioso, destaco que em um dado instante do show do Carro Bomba, o grande baixista, Gerson Tatini, ex-Moto Perpétuo e que era coproprietário da casa, assumiu o controle da mesa de PA, para tentar equalizar o som do Carro Bomba, mas como eles tocavam muito mais alto do que nós em termos de volume, e o seu som era praticamente um Heavy-Metal, realmente se tornara difícil de fazer com que as vozes ficassem audíveis. 

Foi assim o terceiro show do Pedra, então. Um show bom, mas realizado em uma noite de muita tristeza pessoal para a minha pessoa, infelizmente.

Após esse show do Blackmore, as atenções voltaram-se ao show que faríamos no Centro Cultural São Paulo, no início de julho. 
Além de ser disparadamente o show com melhores condições que teríamos nesse início de caminhada, ele teria uma importante missão embutida.  

Isso por que de comum acordo com o diretor, Eduardo Xocante, nós aproveitaríamos o ensejo para capturar imagens da banda a tocar ao vivo, que certamente seriam aproveitadas para o novo vídeoclip que faríamos. Já definida a escolha da canção: "Sou Mais Feliz", o diretor, Eduardo Xocante prontificou-se a escolher um casal de atores para rodar as cenas da dramaturgia do vídeoclip.

Daniel Alvim, o ator que fora convidado e acertara a sua participação para atuar no nosso vídeoclip

O ator masculino foi um ator jovem e amigo do Xocante, chamado Daniel Alvim, com um currículo forte em termos de peças teatrais e novelas de TV. Com passagens pela Globo e Record, e naquele instante era contratado do SBT. A sua namorada na época, era Mel Lisboa, também famosa pelas atuações no teatro, cinema e novelas na Globo.
Mel Lisboa, namorada de Daniel Alvim à época, e também atriz, mas que só não atuou no clip por estar com outro compromisso agendado.
Claudia Cavalheiro, a atriz que aceitou participar do vídeoclip

Em princípio, ambos estariam disponíveis, mas logo soubemos que a Mel Lisboa teria outro compromisso que inviabilizaria a sua participação, ao dar oportunidade então para a confirmação de Claudia Cavalheiro. Diante desses fatos, a nossa missão foi caprichar na produção, pois seria de fato o show de lançamento do CD, e filmagem do novo clip.

Antes porém, tivemos uma entrevista cavada pelo Xando, para o Jornal: "Pedaço da Vila", um dos muitos jornais de bairro da Vila Mariana, onde ele morava, e ficava localizado o seu estúdio, "Overdrive".  

No afã de dar um mote publicitário mais atrativo, ele convenceu a editora do jornal, de que o seu estúdio aglutinava uma cena artística que fortalecia-se, e formada por bandas oriundas da Vila Mariana. Foi uma mentira amena (se é que uma mentira possa ser louvada), contudo, pois somente o Pedra fora uma banda oriunda da Vila Mariana, mas não muito, na verdade, pois morador mesmo da Vila Mariana era só ele, Xando, pois eu, Luiz, morava no bairro vizinho, Aclimação (um ano depois, eu mudar-me-ia de fato para a Vila Mariana e desde então, moro a dois quarteirões da redação desse jornal, onde costumo dizer "boa tarde" para a tal editora, quase todo dia na padaria da esquina da minha rua). 

Rodrigo morava na Chácara Klabin, outro bairro vizinho, e o Ivan morava em um bairro da zona leste, Itaquera, absolutamente nada a ver com a Vila Mariana. Pior ainda, as outras bandas arroladas (Carro Bomba, Tomada, Golpe de Estado e Baranga), cujos membros moravam em bairros diferentes e portanto, a ideia de uma "cena artística" oriunda desse bairro, foi uma farsa. 

Enfim, mesmo sendo uma entrevista constrangedora sob esse aspecto, a editora engoliu a história e publicou uma matéria de página inteira, com o subtítulo de: "Clube do Rock". Tal matéria lembrou-me de certa forma, a onda criada pelo empresário, Mário Ronco, em 1985, quando se agruparam diversas bandas da cena pesada de São Paulo na época, e a cavar matérias na mídia mainstream com sucesso, inclusive, para reverberar a dita "Cooperativa Paulista de Rock".  

Dessa turma de 2006, do falso "Clube do Rock", houveram três membros remanescentes da Cooperativa Paulista de Rock de 1985, ali presentes: eu, Luiz Domingues, o hoje saudoso, Hélcio Aguirra, e Paulo Thomaz. E claro, recordamo-nos desse fato e a semelhança com a situação de 2006, criada pelo Jornal Pedaço da Vila.  

Agora, a missão do Pedra seria o show no Centro Cultural São Paulo, com direito a filmagens especiais a visar o novo vídeoclip da banda.

Continua...

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