quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 200 - Por Luiz Domingues

Após o show de Bauru-SP, e com o ônibus parado na oficina para estabelecer melhorias estéticas na tapeçaria dos seus bancos, estávamos com um hiato de shows para as duas próximas semanas, aproximadamente. Entretanto, os compromissos em outros campos de interesse para a banda, prosseguiram e nesses termos, tivemos agendado um programa de TV para nos apresentarmos.

Tal contato nos fora fornecido pelo músico & produtor, Marco Carvalhanas, que não estava mais a trabalhar conosco diretamente, como o fizera ao exercer a função de roadie manager na última etapa da turnê de 2001, mas estava sempre a nos auxiliar de uma maneira ou de outra.  
Tal programa, chamava-se: "Em Cartaz", e era exibido no obscuro canal comunitário de São Paulo, infelizmente eu diria, pois a sua proposta era extremamente salutar e com tal nobre propósito, deveria ter um espaço melhor na TV, ao invés de ser exibido em um canal que tinha audiência no patamar ínfimo, de quase traço zero.

Conduzido por dois apresentadores, tratava-se de um misto de Talk-Show com revista cultural muito dinâmica e antenada, disposto a divulgar tudo de bom que São Paulo oferecia em termos de arte, cultura e espetáculos. Geralmente continha uma atração musical por dia, que era entrevistada e ocupava um generoso espaço para tocar várias músicas ao vivo, e os apresentadores entremeavam o foco no artista musical, com dicas de lançamentos culturais os mais diversos, e espetáculos em cartaz pela cidade.  
                   Os apresentadores eram: Atílio Bari e Uka.  

Atílio era (é) ator por formação, e Uka, uma simpática menina de origem oriental, era estudante de cinema na época. Super simpáticos, brincalhões e cultos, nos deixaram muito à vontade, e foram pertinentes nas colocações e perguntas, quando ficou aquele sentimento de que foi uma pena que um programa tão bom estivesse alojado em um canal que não era assistido por quase ninguém.

O estúdio onde fomos entrevistados era minúsculo, e claro que a nossa apresentação ao vivo foi na base do esforço "acústico", com Rodrigo e Marcello a tocar violões, e eu apenas no baixo, mas a tocar bem baixinho para não destoar da dinâmica, logicamente. Marcello tocou flauta também e o Junior fez uma percussão leve.

Por incrível que pareça, o som do meu baixo ficou com um timbre espetacular, e não muito usual para o Fender Precision, pois ficou abafado, visto que eu mudei o registro que eu sempre usava (uso) para deixá-lo mais agressivo, com aquele "estalo" típico dele para a frequência média-aguda, e dessa forma, abafado ficou mais "doce", mas muito bonito ao meu ver. Lembrou-me o som do baixista John Ford, nos discos do Strawbs, de certa forma.

Essa participação da Patrulha do Espaço em tal programa foi digitalizada e lançada no YouTube em 2011, com o apoio que tive do Site/Blog Orra Meu. Na época, o Emmanuel Barreto não conseguiu postá-lo em versão integral, por isso foi dividido em três partes.

Na parte 1, tocamos "Céu Elétrico".
Programa Em Cartaz - TV Comunitária de São Paulo
26 de março de 2002
Eis o link para assistir a parte 1 no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=-l3nFMmaD8I

Na parte 2, tocamos a canção: "Transcendental", com direito a uma incursão de: "Listening to the Music", clássico do grupo norte-americano, The Doobie Brothers
Programa Em Cartaz - TV Comunitária de São Paulo
26 de março de 2002
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=lGpJq4Eo3C0

Na parte 3, tocamos "Retomada"
Programa Em Cartaz - TV Comunitária de São Paulo
26 de março de 2002
Eis o Link para assistir no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=bcPrNOsCUNE

A se registrar também, que eu tive uma surpresa lá nesse estúdio, pois jamais imaginaria que um vizinho meu seria o sonoplasta do programa. Esse rapaz eu sabia que era músico, tocava muitos instrumentos de cordas pela noite paulistana, geralmente em combos de música brasileira, da gafieira ao samba tradicional, a passar pelo "chorinho" e outras manifestações bem brasileiras. Esse rapaz era casado com a Luana Escobar, neta da atriz, Ruth Escobar e que morava na casa em frente à minha, do outro lado da calçada e que eu conhecia desde que mudei-me para tal residência em 1991.

Não o conhecia muito além de cumprimentos de vizinho, típicos do cotidiano e apenas sabia que era músico, ao vê-lo a sair durante o período da noite a carregar "cases" de instrumentos e que tocava ritmos brasileiros pela noite.

Mas ao chegar ao estúdio da TV Comunitária, me deparei com ele e foi então ele me contou que era o sonoplasta do programa. O seu nome eu nunca soube qual era, entretanto, ele era conhecido pelo apelido de: "Chambinho" e durante o vídeo do programa, ouve-se o apresentador, Atílio a chamá-lo por esse apelido, para alguma intervenção no áudio.

Bem, foi assim que nos apresentamos no programa: "Em Cartaz", da TV Comunitária de São Paulo, no dia 26 de março de 2002.
Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário