domingo, 4 de outubro de 2015

Autobiografia na Música - Kim Kehl & Os Kurandeiros - Capítulo 16 - Por Luiz Domingues

Infelizmente, o estado de saúde do Kim se tornara mais grave do que o supúnhamos , inicialmente. Desta forma, o pós-operatório o colocou em uma situação de repouso absoluto, por algumas semanas.
Fui visitá-lo e fiquei bastante admirado por sua incrível capacidade de enfrentar a dificuldade com extrema bravura e otimismo. Confesso que diante de uma adversidade dessa gravidade, não sei se eu teria essa coragem toda com a qual ele a enfrentou, e venceu, merecidamente aquela questão. Enfim, apesar dessa tenacidade e grandeza de espírito, não seria a única batalha que ele enfrentaria nesse ano de 2012. 

Foi de fato, um ano difícil para os Kurandeiros, por que com a perspectiva de uma segunda intervenção cirúrgica (e no cômputo geral, ele enfrentou quatro cirurgias), uma nova etapa de repouso se avistara, e dessa forma, o Kim foi aconselhado pelos médicos a cancelar compromissos, e sobretudo, não firmar outros, até segunda ordem.

Bem, super ativo como ele é, claro que obedeceu os médicos parcialmente, apenas. Se realmente teve que cancelar apresentações, no seu home studio, ele trabalhou com afinco e adiantou muitas questões para os Kurandeiros, ao criar promos de internet, mixar músicas já gravadas, e compor material novo.

Nesses termos, ele mandou-me três temas pela internet, a convidar-me a gravar o baixo dessas canções. Decorei a harmonia, criei linhas de baixo e em uma tarde, fui à sua casa para gravar, com muito prazer. Dessas três músicas, uma foi promovida na internet, como um promo com um visual bem psicodélico e teve um bom resultado nas redes sociais. Falo disso, a seguir.

Foi um tremendo prazer comparecer à casa do Kim, no bairro das Perdizes, zona oeste de São Paulo. O QG do Kurandeiro-Mor era (é) um conjugado com dois cômodos, na parte baixa da casa, isolado da residência ampla, e com a charmosa arquitetura dos anos vinte, acredito

 

Nesse compartimento da residência, ele estava cercado por aparelhos eletrônicos que o seu pai mantinha como hobby montar, ao fazer com que a decoração fosse muito instigante, ao estilo de laboratórios de cientistas de filmes de Sci-Fi ou Terror, antigos, da Universal, ou mesmo da Hammer. Bem, como cinéfilo que sou, nem preciso dizer o quanto achei incrível tudo aquilo.

O Kim gravava com o seu port-estúdio, com muita tranquilidade, a usar a tecnologia digital, com pro-tools etc. Portanto, apenas pluguei o meu Fender Precision, e mandamos som para as três canções. 

Em uma delas, eu criei uma linha bem inspirada no som do Gary Thain, baixista que passou pelo Uriah Heep, e é uma grande influência que tenho.

Ocorre, que o tema era instrumental, e a linha mestra da melodia executada pela guitarra, fora executada pelo slide e lembrava muito o trabalho do Ken Kensley no Uriah Heep. Portanto, eu fiquei convencido que se seguisse essa linha do Gary Thain, o baixo ornaria de uma forma bem adequada à canção e foi assim que ocorreu.

Vídeo-promo de "Sliding in the Stratosphere", canção que descrevi no parágrafo acima.
 

Eis o Link para assistir no YouTube:
http://www.youtube.com/watch?v=D-YvJ6evWME

Continua...

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