Claro que não me ofendi, pois não havia cabimento para se aborrecer com tal manifestação, nem que fôssemos famosos no mainstream. Apenas analisei em silêncio naquele instante, o quanto era duro começar um trabalho da estaca zero, tendo que tocar em lugares pequenos, e angariar público em um autêntico trabalho de "formiguinha".
Quanto ao
comentário do sujeito, pareceu-me um
desdém descabido, claro, mas também uma tendência normal na sempre injusta relação
público x artista desconhecido, onde o grau de interesse do primeiro
pelo segundo é zero, e daí, é mesmo difícil sair desse ponto inicial de
inércia. Ainda mais através de um ambiente avesso para amantes da música e da
arte, como fora aquela casa noturna, e mais apropriada aos buscadores dos
prazeres hedonistas, das dionisíacas "baladas".
O "banner" do Carro Bomba ficou exposto, portanto, muitas fotos e a filmagem do show, ficaram marcadas por essa falha estrutural de nossa parte. O próprio, Marcello, percebeu isso, mas foi tarde demais, e já estávamos a tocar quando ele percebeu. O show foi muito bom.
Presenças ilustres a nos prestigiar no Café Aurora, nessa noite de 26 de maio de 2006: a equipe da gravadora Amellis Records, em peso! Da esquerda para a direita: Xando Zupo a representar o Pedra, e pela Amellis, Tony Babalu, Marina Abramowicz e Suzi Medeiros.
Saímos satisfeitos com esse segundo show, onde apesar de ter sido uma noite dividida com outras duas bandas, tocamos o nosso set inteiro, com a execução das onze músicas do primeiro CD. Ao final do show do Golpe de Estado, músicos das três bandas se misturaram para um jam-session improvisada, para encerrar a noitada.
A despeito de termos estado na Feira da Pompeia, cinco dias antes, claro que o sabor de uma real estreia ficou para essa segunda apresentação no Café Aurora, em 26 de maio de 2006, uma sexta-feira e com cerca de quatrocentas e cinquenta pessoas no interior da casa. Todas as fotos deste capítulo, são de Grace Lagôa
Continua...
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