O "seu" Wagner, nosso virtual novo mecânico e motorista, nos chamou a
atenção para uma pequena monstruosidade que achou no motor. Um
dos baldes que o ex-sócio havia usado em dezembro de 2001, estava ali,
todo disforme e derretido. Se transformara em uma massa plástica em formato fractal,
mas ao contrário do que se pensa de tais formações da natureza, era
horrenda, ao se parecer com "o retrato de Dorian Gray", se me permitem uma citação
literária/cinematográfica...
E o que significava aquela coisa grotesca? Bem,
o nosso ex-motorista esquecera o balde dentro do motor e assim, rodamos
por milhares de kilometros, desde então, com o triste baldinho a se
transformar em uma matéria plástica disforme.
Mas o grande problema não
era a perda de um balde vagabundo de valor irrisório, mas o perigo incrível
que corremos com aquele objeto a derreter dentro do motor e a nos
submeter à iminência de um incêndio, e sabe-se lá em que
circunstância, portanto a poder até alastrar-se rapidamente e nos
colocar em risco de morte, ou na melhor das hipóteses, a nos causar um prejuízo
material.
E a constatação evidente: o ex-motorista nunca mais
se dignou a checar o nível de óleo e água do veículo, o que segundo o
"seu" Wagner, era a praxe diária de qualquer motorista profissional
minimamente consciente.
Boquiaberto, nos falou que aquilo era um
absurdo e claro que havia a nossa mea culpa nessa história também (pois
como donos, mesmo sendo leigos e no trato que tínhamos, a
responsabilidade da manutenção ser do ex-sócio), nenhum de nós quatro,
membros da banda, se interessou em perguntar que fosse, se o óleo e a
água estavam em dia, e esses seriam apenas dois dos itens mais básicos das
necessidades do veículo.
De minha parte, confesso que eu tenho
horror à manutenção de autos. Sei o básico do básico sobre o assunto,
como usuário, e irrita-me profundamente tal assunto. O que dizer então
sobre a manutenção de um ônibus?
Bem, feita essa constatação
toda, escapamos de um incêndio e após o balde ter se alojado ali,
continuamos a viajar pelo interior, voltamos para São Paulo, fomos de novo ao
interior e voltamos, viajamos ao Rio Grande do Sul e voltamos, ou seja,
foram pelo menos cinco mil kilometros, sob uma livre, sem calculadora.
Então,
o "seu" Wagner prontificou-se a trocar o óleo e alguns filtros,
gratuitamente, já a agir como se fosse o nosso mecânico e só a pedir para comprar o material.
E assim ele o fez, mas sem deixar nenhum balde em seu interior. Acertamos
um valor, e ele conduzir-nos-ia para o interior de São Paulo, sendo a sua
primeira viagem, portanto. Já entrosado conosco, nos pediu para o
chamarmos pelo apelido que tinha: "Alemão". Viajaríamos no final de semana para Ribeirão Preto-SP, São Carlos-SP e Mirassol-SP, três cidades e três shows.
Continua...
Neste meu segundo Blog, convido amigos para escrever; publico material alternativo de minha autoria, e não publicado em meu Blog 1, além de estar a publicar sob um formato em micro capítulos, o texto de minha autobiografia na música, inclusive com atualizações que não constam no livro oficial. E também anuncio as minhas atividades musicais mais recentes.
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 180 - Por Luiz Domingues
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