Logo de início, achei interessante verificar que o público presente foi bastante heterogêneo. Havia fãs da carreira oitentista do Ciro, mas também fãs de sua carreira solo, além de muitos admiradores da carreira da vocalista, Luciana Andrade, que convenhamos, por ter tido passagem com um grupo vocal Pop que teve sucesso no mainstream dos anos 2000 ( o grupo vocal e midiático, "Rouge"), atraíra o seu público, mesmo não sendo um trabalho seu, propriamente dito.
Achei isso muito interessante, pois denotou o forte poder da mídia exercido em prol de um trabalho popular, que proporcionou a ela, seguidores fiéis de seu trabalho, aonde ela estivesse, mesmo ao atuar com o Ciro, em um trabalho muitíssimo mais hermético do que o som popular do "Rouge" que tais pessoas deviam apreciar, certamente. Essa fidelidade de seus fãs, ao respeitar essa sonoridade com a qual não tinham familiaridade, só para prestigiá-la, eu achei fantástica.
Conheci alguns fãs dela e do Ciro, nessa noite, e
apreciei muito essa possibilidade de estar a embrenhar-me em um mundo novo,
ainda que a tocar um som que remetia-me à ícones do Rock e da
contracultura, que fazem parte de minha formação básica.
E nesses
termos, foi muito estimulante estar a tocando um som fortemente
influenciado pela psicodelia sessentista, com toques generosos de
surrealismo, e a ter na plateia, fãs d'Os Titãs/Cabine C e Rouge misturados, ou seja,
uma salutar ação que soara como por demais estimulante, ainda que estranha.
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