Achávamos pelo ocorrido, que os contratantes iriam nos pagar, e ficaríamos só com essa história exótica para contar à posteridade, mas fomos surpreendidos pelo teor do que nos disseram.
Em primeiro
lugar, eles se mostraram profundamente constrangidos pelo comportamento exótico
dos estudantes ao tomarem a postura de nos ignorar. Pediram desculpas pelo acontecido, mas claro que não tinham culpa direta alguma sobre o ocorrido!
Justificaram tal atitude daquela massa de estudantes, exatamente como nós havíamos deduzido, ou seja, uma manifestação de subserviência automática, quase a imitar o comportamento bovino. Enfim, não nos sentíamos ofendidos de forma alguma. Foi só uma triste constatação de que nos anos 2000, o Rock não fazia sentido para a juventude, vide a reação que tivemos ao fazer um show de Rock, sob o manto da invisibilidade.
Mas, considerações à parte, os rapazes nos surpreenderam na verdade, quando nos fizeram um pedido que não esperávamos, ainda mais pelas circunstâncias vividas minutos antes, quando nos convidaram a fazer uma segunda apresentação, no turno noturno e nas mesmas condições, ou seja, a recepcionarmos a turma de calouros do período noturno.
Nos
entreolhamos estupefatos, pois a experiência matutina houvera sido no
mínimo exótica, portanto pareceu uma loucura que desejassem nos pagar um
cachê a mais para uma outra apresentação nas mesmas circunstâncias, mas foi
isso mesmo o que desejaram.
Ora, ao pagar bem, por que não? Não é essa a máxima popular?
Nessa
altura dos acontecimentos, a perspectiva de passarmos pela mesma
experiência do descaso, não teria como nos incomodar e o cachê dobrado
muito ajudar-nos-ia naquele momento conturbado que enfrentávamos por
conta da dissolução da nossa sociedade com o sócio/motorista.
E assim, aceitamos fazer a segunda sessão e desta feita, seria ao menos em um horário mais digno para um show de Rock acontecer.
Ficou combinado, portanto, de iniciarmos a apresentação ás 19:00 horas.
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