No dia em que tocaríamos, a atração principal seria o Tutti-Frutti do Luiz Carlini, mas lembro-me que o Tomada tocou no mesmo dia, além da guitarrista de Campinas, Marise Marra, e uma banda formada por garotos que em um futuro próximo transformar-se-ia naquela banda pesada que o Júnior, ex-astro infantil da dupla: Sandy & Junior, formou ("Nove Mil Anjos"). Ocorreu então no dia 21 de maio de 2006, por volta de 17:30 horas aproximadamente.
1ª Foto: Xando Zupo no camarim de rua improvisado na Feira da Vila Pompeia e sua Fender Stratocaster. 2ª Foto: amigos reunidos no backstage. Da esquerda para a direita: José Eduardo Niglio, Marcelo "Pepe" Bueno (Tomada), Xando Zupo e Fabrizio Micheloni (Carro Bomba). 3ª Foto: Os dois Renatos, técnicos de som, Renato Sprada e Renato Carneiro.
Tivemos um luxo que poucos poderiam gabar-se, pois levamos dois técnicos de som amigos e ultra competentes, os dois Renatos, Carneiro e Sprada. Apesar da extrema correria para montar e preparar a banda, com direito à truculência de um manager da Feira, responsável por esse palco, extremamente mal-educado e prepotente, nós montamos o mais rápido possível e tocamos apenas três músicas, pois a pressão para encerrarmos foi insuportável.
Isso por que o mesmo fenômeno ocorre todo ano: a produção escala muitos artistas para tocar e quando se aproxima o entardecer e as atrações principais vão se apresentar, o tempo disponível está estouradíssimo. Todo ano perde-se tempo na organização e descontam o nervosismo nas atrações principais do fim da tarde, ao castigá-las com o corte indecente de tempo, além do tratamento truculento e deprimente.
Tocamos então:"Misturo tudo e Aplico", "Vai Escutando" e "Sou Mais Feliz", na base da determinação, pois estávamos a ser muito maltratados por essa besta prepotente.
Mesmo assim, tocamos com extrema segurança e beneficiados pela pilotagem de nossos técnicos, apesar da loucura toda e da inexistência de soundcheck, o nosso som "encorpou", em relação aos outros artistas.
Eu mesmo ouvi depoimentos de várias pessoas, músicos, amigos e até estranhos que relataram esse diferencial. O grande termômetro não foi nem os músicos que entendem esse processo, mas o depoimento de pessoas leigas nessa matéria, que com suas palavras, descreveram-nos a sensação de que na hora do Pedra, o som mudou, ficou mais potente e definido.
A reação foi excelente em termos de espontaneidade. Eu vi um mar de mãos a nos aplaudir e um esboço de bis chegou a ecoar, mas esse funcionário imbecil da Feira, não parava de gritar desesperado, ao nos dizer que mandaria cortar o som, para nos expulsar.
O meu "olhômetro" deu-me a estimativa de cinco mil pessoas aproximadamente, quando tocamos. De fato, o público estava bem comprimido nesse quarteirão que mencionei e ia além, para estender-se acima do cruzamento com a Rua Padre Chico, em direção à próxima transversal, Rua Ministro Ferreira Alves.
Um fato inusitado também ocorreu nesse primeiro show. Como deve recordar-se o leitor, alguns dias antes, o Estado de São Paulo sofreu uma onda de atentados perpetrados por bandidos organizados contra as instituições policiais & governo estadual, a ameaçar toda a sociedade, através de uma onda de terror, sem precedentes na história.
Com esse temor, o
clima esteve muito tenso na Virada Cultural que acontecera
anteriormente no mesmo mês de maio, mas o Mega Evento aconteceu assim mesmo. Sendo assim, a
Feira da Pompeia também foi confirmada, e houve um reforço da Polícia
Militar para garantir a segurança, afinal de contas, essa Feira costuma
reunir cerca de cento e cinquenta mil pessoas no seu total.
Nada aconteceu de anormal,
mas o clima esteve bem tenso entre os policiais.
Não filmamos, tampouco gravamos esse show relâmpago, mas existem fotos. Não são muitas, pois a confusão foi muito grande na organização do palco Rock, e a fotógrafa, Grace Lagôa, não teve a vida facilitada para poder trabalhar de forma profissional, como estava acostumada. Uma pena! E assim foi o debut do Pedra nos palcos, oficialmente. Fotos 1, e do 6 ao 21, são de Grace Lagôa
Continua...
mais uma vez vindo e acompanhando sua bela Trajetoria Musical dentro do Rcok , com grandes pessoas Maravilhosas como a Banda Pedra, Tomda , tuti Fruti e ainda ate o grande Baixista Rufino que estava vivo nessa epoca.
ResponderExcluirMuito legal, Oscar !
ResponderExcluirE bem observado, neste capítulo tratando desse primeiro show da banda, muitas personalidades legais do Rock brasuca, presentes nos bastidores.
Caso do saudoso Rufino.
Grato por ler e comentar !!