sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Autobiografia na Música - Patrulha do Espaço - Capítulo 213 - Por Luiz Domingues

Chegamos no meio da madrugada em São Leopoldo-RS, sem nenhum problema com o ônibus e sob a condução firme de nosso motorista, "seu Walter". Com o nosso amigo, Luciano como guia, tudo foi facilitado também em termos de caminho.
Novo Hamburgo e São Leopoldo ficam tão perto uma da outra, que a impressão é que se muda de um bairro para outro.

O local onde tocaríamos em São Leopoldo seria novamente o BR3 do "Biba", aquele freak doido e cheio de ideias mirabolantes que encontráramos em janeiro. Toda a produção seria novamente do amigo, Luciano, e mais uma vez, a sua banda faria a abertura do nosso show, mas desta feita não seria a banda Tributo ao Black Sabbath, "Sabbra Cadabra", mas sim um trio onde curiosamente ele tocaria baixo ao invés de guitarra, desta feita com proposta de executar covers variados e denominado: "Voodoo Trio".

Tudo foi basicamente igual ao show anterior, mas desta vez houve maior agilidade, pois todo mundo já sabia das limitações de uma casa pequena e dotada de fraca infraestrutura e sendo assim, o Luciano antecipou-se e tomou as providências devidas.

Após o rápido soundcheck, tivemos um bom tempo livre e nós dispersamos, sem marcar um jantar oficial da comitiva em algum restaurante, portanto, cada um se aventurou sozinho pelo centro da cidade de São Leopoldo e nessa caminhada que fiz acompanhado do Junior, vimos que havia uma outra casa noturna de ambientação Rocker, alguns quarteirões distante do BR3 (na avenida Lindolfo Collor), e com as suas portas abertas, entramos e vimos que a banda, "Autoramas" fazia o seu soundcheck. 

Foi interessante constatar que mesmo em outro mundo, e especificamente no caso deles, o do universo do "Indie Rock", eles estavam a labutar duro como nós, a tocar em meio às turnês montadas no ambiente do underground da música. 

Fizemos o nosso show e foi mais uma vez sensacional. São Leopoldo nos recebia com um calor Rocker extraordinário novamente e aquele público emocionou-se e também à nós mesmos, com a sua reação muito intensa.

Em um dado momento do show, quando eu falei ao microfone que havíamos tocado em Porto Alegre, dois dias antes, para agradecer o carinho do público gaúcho, alguns gritos de repúdio aos porto-alegrenses soaram no ambiente. Alguns mais exaltados xingaram os habitantes da capital gaúcha, e claro que tal manifestação nada teve a ver comigo, tampouco com a nossa banda. Foi uma pura rixa local entre cidades e a seguir, alguém começou a cantar o hino gaúcho, e todos se uniram, sob uma demonstração impressionante de comprometimento com a sua cultura regional.

Passado esse momento de demonstração do orgulho gaúcho, o show prosseguiu e tudo continuou na sua normalidade, com a banda a mil por hora na performance, e o público em estado de êxtase.

No dia seguinte, seguimos para Joinville-SC e o nosso amigo, Luciano Reis, viajou conosco como convidado. Ele teria que voltar a São Leopoldo no sábado, mas aceitou assim mesmo aproveitar mais um pedaço da nossa turnê. E claro que foi um prazer contar com ele em nossa comitiva.

Ótimo show em São Leopoldo, agora estava encerrada a etapa gaúcha e voltaríamos para Santa Catarina, onde mais três shows nos esperavam: Joinville, Blumenau e Florianópolis.
Continua...

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