O Guitarrista e produtor musical, Marcelo Francis
Por ele ser
músico, deu-nos uma prévia esperança de que pelo menos por ser alguém do
ramo, fora um sinal positivo e assim, melhor que um aventureiro como muitos que se colocam a produzir shows de
Rock, por aí, sem experiência alguma para lidar com tal tipo de empreendimento.
Fomos então ao seu escritório, localizado no bairro de
Moema, na zona sul de São Paulo. Na verdade fora o escritório da empresária , Marlene Mattos, ex-produtora da Xuxa. E de fato, havia vários adereços
usados nos shows da Xuxa alojados no local, neste momento usados como decoração do ambiente.
Realmente, tempos depois, uma fonte ultra fidedigna contou-me que essa formação estava mesmo a ensaiar e preparar a sua volta aos palcos, mas por pressão de empresários, a posteriori se desmanchou essa ideia, com tal banda a centrar os seus esforços na formação mais próxima da inicial, com Arnaldo e Dinho e também com a intenção de contar com Liminha e Rita Lee.
Mas isso é desvio de conversa e voltemos ao Pedra, portanto. O nosso objetivo principal foi estabelecer uma negociação a visar que ele se interessasse em nos empresariar, visto estar munido de contatos, implicitamente associado à Marlene Mattos, por exemplo. Mas ele não se mostrou preocupado com essa questão inicialmente, pois o seu foco fora o Festival.
Sem descartar no
entanto abrir uma negociação para o futuro, ao visar essa hipótese,
Francis limitou-se
a colher a nossa decisão sobre participar do festival. É claro que
aceitamos...
A despeito do Pedra estar ainda a gravar e não ter feito nenhum show nesse período de existência até aquele instante, éramos individualmente experientes, e assim, tocar em um festival com astros internacionais, não nos assustara.
Pelo contrário, vislumbramos como uma bela perspectiva iniciar as aparições públicas dessa forma, através de um evento de porte e quiçá com a volta dos Mutantes no mesmo espetáculo.
Francis tinha um assessor que assistia calado a reunião, com um ar blasé. O tal rapaz só mudava o seu semblante quando falava sobre uma banda que estava a produzir. Quem o ouvia a falar, com toda aquela ênfase, pensava ser tal grupo, a oitava maravilha do mundo, mas na verdade, se tratava de uma horrível banda de garotos emo, despreparados para competir até dentro desse universo de ruindade musical atroz e infantojuvenil que estava em voga à época.
Certamente ele tencionava encaixar os seus protegidos no festival, contudo, se revelara algo inviável obviamente pois em primeiro lugar: tal banda não continha o perfil para tocar com dinossauros setentistas, e em segundo lugar, fatalmente não estavam preparados musicalmente nem para tentar brigar no espectro de bandas formadas por garotos da idade e mentalidade igual à deles. Todavia, na vã percepção desse rapaz, inebriado e sem noção alguma, certamente ele achasse diferente.
Continua...
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